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Vizinha de casa onde incêndio matou três irmãos em Poá diz ter ouvido: “Pai, não deixa eu morrer aqui”
Vizinha de casa onde incêndio matou três irmãos em Poá diz ter ouvido: “Pai, não deixa eu morrer aqui”
Nesta última quarta-feira (17/02) um terrível incêndio tirou a vida de três irmãos em Poá (SP), os três ficaram inteiros em cinzas após o quarto onde dormiam pegar fogo. Segundo a polícia civil, a testemunha vizinha da residência relatou ter ouvido gritos de socorro.
De acordo com o Delegado Eliardo Jordão, a testemunha ouviu com clareza uma das vítimas gritar “Pai, não deixa eu morrer aqui”. O incêndio aconteceu na casa onde os filhos moravam com o pai, separado recentemente.
Às vítimas foram identificadas como uma adolescente de 14 anos, Fernanda Verônica de Farias e Vieira, um menino de 09 anos, Gabriel Reis de Farias e Vieira e o mais novo de 02 anos, Lorenzo Reis de Farias e Vieira, todos três são filhos de um casal homoafetivo e são todos adotados.
De acordo com o Delegado, o depoimento do pai das crianças, Ricardo Reis de Farias Viana, houve contradições e por esse motivo foi preso temporariamente. Em relato à polícia, o pai contou que estava dormindo em seu quarto quando sentiu o cheiro de fumaça. Mas, porque sentir o cheiro, se as crianças gritavam, porque não ouviu? Essa é a pergunta que a polícia faz.
CONTRADIÇÕES NO DEPOIMENTO
Todavia, segundo o advogado de defesa de Ricardo, a decisão de prisão preventiva foi precipitada e que está tomando providências para reverter a situação. Ricardo compartilhava a guarda dos filhos, devido a separação com o ex-companheiro, os dois viveram juntos por 15 anos.
Entretanto, a investigação está em andamento para saber a causa do incêndio, mas tudo indica que o fogo se iniciou no quarto das crianças. “Quando cheguei juntamente com a equipe, a casa toda estava incendiada. Realmente uma imagem muito forte, principalmente quando a gente ingressou no quarto das crianças onde os três estavam mortos naquele quarto. Aquela imagem que eu não queria ter presenciado, infelizmente aconteceu. Uma situação absurda”, contou o Delegado.
No entanto, ainda segundo o investigador, o pedido de prisão preventiva para Ricardo é para tornar viável a investigação. “Só esclarecer aqui que a prisão temporária não aponta e acusa ninguém. É uma prisão processual, um instrumento jurídico para viabilizar a continuidade das investigações. Esse foi o motivo em razão de algumas contradições que nós constatamos ao longo do dia”, finalizou Eliardo Jordão.