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Indígena transexual se torna cacique de aldeia em MT: “Corpo se homem e espírito de mulher”, vejam;
Sendo indígena e transexual, Majur Traytowu aos 30 anos de idade, acabou se tornando cacique da Aldeia Apido Paru, localizada na Terra Indígena Tadarimana, Rondonópolis, após o seu pai, de 79 anos de idade, ter se afastado por conta de problemas de saúde.
Segundo a própria Majur, ela teria se descobrido transexual, aos seus exatos 12 anos de idade, e em pleno 27 anos, já teria começado a ajudar o seu pai a tomar decisões, quando o mesmo fundou a Aldeia Apido Paru.
“Fui me observando e cheguei a conclusão que sou trans. Meu comportamento, os gostos e também a atração por outros meninos foi crescendo. Foi então que descobri que nasci em um corpo de homem, mas com espírito de mulher”, relatou.
Segundo ela mesma, desde de sempre ela participava das reuniões, e quaisquer assuntos envolvendo sua aldeia, e principalmente todos ali aceitavam sua sexualidade.
Indígena transexual se torna cacique de aldeia em MT: “Corpo se homem e espírito de mulher”
“Aos 12 anos, foi crescendo a minha vontade de ser uma liderança que pudesse ajudar na luta do nosso povo. Mesmo o meu pai sendo cacique na Apido Paru tudo passava por mim. Na aldeia, sempre fui aceita pelo povo e isso é bem tranquilo até hoje”, pontuou.
“Naquela época foi muito difícil intermediar o nosso povo com as demais pessoas, mas, mesmo diante dessas dificuldades, nunca desisti”, disse.
Conforme a tradição, os caciques são escolhidos por meio de votações que ocorrem a cada dois anos, e ela assumiu assim que seu pai se afastou, e os outros membros também aceitaram normalmente.
“Faz tempo que atuo como ‘cacique’, pois antes do meu pai tomar as decisões, ele passava por mim e eu dava a palavra final. Há um mês, ele ficou doente e tive que me assumir como cacique da aldeia. Todos me deram total liberdade para tomar as decisões das coisas, mesmo sendo o filho caçula”, explicou ela, que tem 20 irmãos!
“Hoje me sinto um pouco realizada, não totalmente, mas com essa trajetória até aqui me sinto importante como Majur e como liderança. O plano é continuar com essa luta pelo povo até me realizar por completa. Pretendo fazer medicina, ter uma vida social estável e também criar uma família”, disse.
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