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Caso Marielle: frase dita por suspeito de planejar morte choca vereadores; ‘ele disse que teve uma vi… Ver mais
Os corredores da Câmara Municipal do Rio de Janeiro ecoam ainda hoje com o eco das palavras proferidas pelo então chefe da Polícia Civil do estado, Rivaldo Barbosa, em uma reunião marcada pelo destino, ocorrida em abril de 2018, menos de um mês após o chocante assassinato no Caso Marielle Franco. Seis vereadores, envolvidos em uma comissão temporária para monitorar a intervenção na segurança pública, liderada pelo general Braga Netto, adentraram o gabinete de Barbosa às 11 horas daquele dia fatídico.
Sem esperar pela indagação de qualquer um dos presentes, Barbosa adiantou-se: “Meu objetivo principal é solucionar o assassinato de Marielle. Nós éramos amigos de longa data, desde antes de ela ser vereadora.” Essas palavras, agora carregadas de uma ironia sombria, reverberam no coração daqueles vereadores. Rivaldo Barbosa, cujo nome hoje está entrelaçado às investigações como o suposto mentor do assassinato de Marielle Franco, prosseguiu em sua narrativa angustiante.
“Marielle fazia parte da Comissão de Direitos Humanos da Alerj [na equipe do deputado Marcelo Freixo]. E por isso me trazia muitos casos de denúncias que recebia, já naquela época. Sou amigo, inclusive, da família dela. Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance”, continuou Barbosa, cujas palavras ecoavam em um tom de compromisso agora manchado pela suspeita de sua própria traição.
A lembrança dessas palavras, seis anos após o terrível evento, desencadeia uma sensação de náusea nos vereadores presentes. O que era uma expressão de compromisso e determinação na época, agora é percebido como uma possível manipulação maquiavélica dos eventos.
O Eco Sombrio das Palavras: Vereadores do Rio de Janeiro Diante do Relato de Rivaldo Barbosa
A Polícia Federal apontou Barbosa como o suposto arquiteto do assassinato de Marielle Franco, alegando que ele teria orientado que a execução não ocorresse durante o trajeto habitual da vereadora para a Câmara Municipal, a fim de evitar que a investigação caísse nas mãos da Polícia Federal, alegadamente por se tratar de um crime político.
Entre os seis vereadores presentes na reunião com Barbosa estava Cláudio Castro (PL), que hoje ocupa o cargo de governador do Rio, mas naquela época estava filiado ao PSC. O atual presidente da Câmara Municipal do Rio, Carlo Caiado (PSD), também esteve presente no encontro. Liderando a comissão criada para supervisionar a intervenção federal no estado.
Em suma, Rivaldo Barbosa não estava sozinho; sua subchefe de gabinete, delegada Gisélia Miranda, também acompanhava a reunião. A atmosfera carregada daquele encontro, impregnada com as palavras de Barbosa. Agora se manifesta como uma sombra sobre a credibilidade e a integridade daqueles que estiveram presentes naquele momento crucial da história do Rio de Janeiro.
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