Como o corpo humano reage a quedas abruptas e em alta velocidade, como no caso do avião da Voepass?

A Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo concluiu, com base em análises e laudos, que as 62 pessoas que morreram na queda do voo 2283, operado pela companhia aérea Voepass, sofreram politraumatismo.

Trata-se de uma condição na qual um ser humano sofre traumas em diferentes e múltiplas partes do corpo, ocasionando o falecimento.

Em entrevista concedida ao Metrópoles, o responsável pelo Laboratório de Demonstrações do Instituto de Física da USP (Universidade de São Paulo), Claudio Furukawa, explicou os efeitos de uma queda abrupta sobre o corpo humano.

De acordo com o físico, com base em cálculos, seria improvável que os passageiros do voo Voepass 2283 tenham perdido a vida enquanto o avião caía.

Aceleração do voo 2283 causou o óbito das vítimas ainda no ar?

Segundo Claudio Furukawa, a aceleração provocada pela queda de aproximadamente 3.750 metros até o choque contra o solo, no intervalo de um minuto, não teria o potencial necessário para causar danos letais às pessoas que estavam dentro do avião.

A energia cinética acumulada durante a descida, embora significativa, não seria suficiente para causar ferimentos fatais antes do impacto final.

Logo, a hipótese é que os óbitos tenham ocorrido instantaneamente no momento do impacto contra o chão, devido à força extrema e súbita do choque.

Essa conclusão é baseada na análise das condições físicas e mecânicas envolvidas na queda, sugerindo que a integridade estrutural da aeronave e a proteção oferecida pelos assentos e cintos de segurança não foram suficientes para evitar a tragédia no momento do impacto.

Físico opina se vítimas sentiram dor

A respeito de as vítimas terem ou não sentido dor antes do falecimento, o físico seguiu a linha de raciocínio de outros especialistas já consultados pela mídia, sugerindo que é pouco provável tal sensação.

Segundo ele, em situações de traumatismo craniano, a vítima tende a sofrer uma rápida perda de consciência. Isso ocorre porque o impacto no crânio pode causar uma interrupção imediata das funções cerebrais, levando a uma perda de consciência quase instantânea.

Além disso, a velocidade e a intensidade do trauma são fatores determinantes para essa rápida perda de sensibilidade.

Portanto, é provável que a vítima não tenha tempo de processar a dor antes de perder a consciência, o que, de certa forma, pode ser considerado um alívio em meio à tragédia.

“Quanto a não sentir dor, fica difícil de responder, apesar de o impacto ocorrer em um intervalo de tempo muito curto. Porém, em situações de traumatismo craniano severo, ocasionado pelo impacto, há rápida perda de consciência, e acho que praticamente as pessoas não sentiram muita dor”, declarou.

Mantenha-se atualizado com as últimas notícias do Brasil e do mundo! Compartilhe essas informações com seus seguidores nas redes sociais.

Leia mais: Só Veja se Tiver Coragem! Imagens mostram os últimos momentos de vida de passageiros dentro do avião de Vinh… Ver Mais