Feito com carinho
Após não comparecer em ato do pai, Eduardo Bolsonaro comete grave at…Ver Mais
A frase — “pode gritar, pode falar” — foi retirada de contexto e usada para sugerir insensibilidade. Porém, a publicação acabou tendo o efeito reverso: revelou que a proposta de Haddad, na verdade, visa reduzir a carga tributária de trabalhadores e servidores públicos, ao mesmo tempo em que corrige uma distorção antiga que beneficia os super-ricos.
O Que Diz, de Fato, o Plano de Justiça Fiscal
A proposta apresentada por Fernando Haddad tem como foco a justiça tributária, um princípio segundo o qual aqueles com maior capacidade contributiva devem pagar mais, aliviando a carga sobre os que já pagam proporcionalmente muito.
O plano prevê:
- Isenção do Imposto de Renda para cerca de 25 milhões de famílias brasileiras.
- Cobrança de imposto apenas para os 140 mil brasileiros mais ricos, com alíquotas de até 10% — número considerado baixo se comparado a países desenvolvidos, onde os mais ricos podem pagar até 40% de seus rendimentos.
Segundo Haddad, o objetivo é equiparar a carga dos super-ricos àquela que já recai há décadas sobre professores, policiais, bombeiros e demais trabalhadores que têm seus salários descontados na fonte. “Estamos lutando pela dignidade do trabalhador que paga suas contas e que nem escolhe pagar”, afirmou.
Distorção da Narrativa e a Reação Pública
Ao tentar deslegitimar o discurso de Haddad, Eduardo Bolsonaro acabou atacando, de forma implícita, uma proposta que beneficia diretamente a base da pirâmide social — professores, servidores públicos e trabalhadores formais. O tiro saiu pela culatra. O conteúdo foi rapidamente desmentido e alvo de críticas, com usuários apontando a manipulação do vídeo como exemplo de má-fé política.
A reação nas redes sociais foi rápida, com muitos internautas apontando a contradição: um parlamentar que defende menos impostos criticando a redução tributária para a maioria da população, apenas porque veio de um opositor político.
Haddad: Fome, Desigualdade e Combate aos Privilégios
Em seu discurso completo, Haddad também destacou conquistas do governo federal, como a redução da fome — que caiu de 33 milhões de brasileiros para um número inferior a um quarto desse total em dois anos e meio. Ele atribuiu a melhora às políticas públicas e à recuperação de indicadores econômicos.
Além disso, o ministro confrontou abertamente Jair Bolsonaro, chamando-o de “covarde” por pedir perdão judicial antes de ser julgado. A declaração fez referência direta ao ato esvaziado na Avenida Paulista, promovido pelo ex-presidente.
Haddad também mandou um recado ao Centrão, especialmente a parlamentares como Hugo Motta (Republicanos-PB), que atuaram contra o decreto do IOF. Segundo ele, há uma resistência “do andar de cima” em abrir mão de privilégios que beneficiam grandes empresários por meio de brechas legais. “Isso não é aumento de imposto, é respeito ao trabalhador”, afirmou, prometendo fechar essas lacunas com transparência.
Dois Projetos de País em Conflito
No fim das contas, o episódio escancarou a disputa entre dois modelos de país: um que preserva privilégios tributários, concentrando renda e protegendo os mais ricos; e outro que busca uma redistribuição mais justa da carga fiscal, reduzindo desigualdades históricas e valorizando quem sustenta o Estado com trabalho e contribuição compulsória.
Eduardo Bolsonaro quis fazer um ataque político. Mas acabou revelando, sem querer, que justiça fiscal incomoda justamente àqueles que mais lucraram com as distorções do sistema atual.
Leia mais: Lut0: Ela M0rreu Dentro do Seu Carro Após Pisar No…Ver mais
Comentários estão fechados.