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Direto Do IML, Estado De Corp0 De Arlindo Cruz É Revelado “Cheio De Fur… Ver Mais
Uma luta silenciosa desde 2017
Desde que sofreu um AVC em março de 2017, Arlindo Cruz travava uma batalha diária pela vida. O acidente vascular cerebral o deixou com sequelas severas, exigindo cuidados constantes e limitando sua comunicação. Nos últimos anos, ele também enfrentava uma doença autoimune e complicações respiratórias, que agravaram seu estado de saúde.
Apesar das adversidades, Arlindo manteve uma postura digna e inspiradora. Sua família, especialmente sua esposa Babi Cruz e seu filho Arlindinho, foram pilares de força e afeto, compartilhando com o público momentos de esperança e superação.
Voz que nunca se calará
Arlindo Cruz foi um dos grandes responsáveis por renovar o samba e mantê-lo vivo nas últimas décadas. Compositor de clássicos como “O Show Tem Que Continuar”, “Meu Lugar” e “Camarão Que Dorme a Onda Leva”, ele soube unir tradição e modernidade, criando letras que falam de amor, fé, política e cotidiano com sensibilidade única.
Sua trajetória começou no grupo Fundo de Quintal, onde se destacou como cavaquinista e compositor. Mais tarde, seguiu carreira solo e se tornou referência incontestável no gênero. Arlindo também foi parceiro de nomes como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Sombrinha e muitos outros, consolidando uma rede de talentos que moldou o samba contemporâneo.
Legado cultural e impacto social
Mais do que um músico, Arlindo Cruz foi um agente cultural. Suas letras exaltavam a negritude, a periferia, a espiritualidade e os valores do povo brasileiro. Ele usou o samba como ferramenta de resistência, de afirmação identitária e de celebração da vida.
Sua influência ultrapassa fronteiras: artistas de diferentes estilos reconhecem sua importância e reverenciam sua obra. O legado de Arlindo Cruz é também pedagógico — suas músicas são estudadas em escolas, universidades e rodas de samba como exemplo de lirismo e consciência social.
A eternidade de um mestre
A morte de Arlindo Cruz representa o fim de uma era, mas também o início de uma nova fase em que sua obra será ainda mais valorizada.
O silêncio que se seguiu à sua partida é apenas aparente — porque sua voz, suas composições e seu espírito continuam vivos em cada batida de tambor, em cada verso cantado nas rodas de samba.
Arlindo partiu, mas o show — como ele mesmo cantou — tem que continuar. E continuará, embalado por sua música, guiado por sua sabedoria e iluminado por sua alma generosa.
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