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Gaúchos relatam dramas na tragédia das águas no Sul; ‘Perdemos tudo, mas o pior disso é que… Ver mais

As recentes inundações expulsaram centenas de milhares de residentes do Rio Grande do Sul de suas residências nos últimos dias. Para muitos, a única alternativa foi buscar abrigo nos centros improvisados montados em cada localidade afetada, frequentemente coordenados por voluntários, organizações privadas ou religiosas. Este relato traz à tona as experiências de indivíduos que encontraram refúgio, calor humano e suprimentos nessas instalações.

Apesar da tristeza de abandonar sua vida em Eldorado do Sul, a aposentada Jardelina Batalha compartilha a sensação de calor e apoio recebidos dos voluntários no abrigo estabelecido na Escola Santos Dumont, na zona sul da capital. “Perdemos tudo. Ficamos no escuro. Todas as nossas coisas se foram. Fiquei triste porque meu outro filho não veio conosco, ele está em outro lugar. Mas aqui é confortável, parece um hotel. Eles até me ajudam a escolher roupas, servem café e esses rapazes são muito atenciosos”, compartilha Jardelina, com risos nervosos, enquanto está acompanhada por seu filho Gelson e seu cachorro, que foram resgatados junto com ela.

Jociane Dornelles do Santos teve uma experiência diferente; ela e sua família, incluindo três filhas, um filho e dois cachorros, foram resgatados. Antes de chegarem ao abrigo, porém, enfrentaram momentos de angústia. Jociane teve que andar com água até o pescoço, ficou quase cinco dias presa, sem comida e sem dormir enquanto protegia a casa para garantir a segurança das crianças. Ela até recusou o resgate de helicóptero por não querer abandonar seus animais de estimação.

Quando finalmente resgatados por jet-ski e barco, ela sentiu gratidão por poder sair dali com sua família reunida. Entre os momentos de pesadelo que viveram na semana passada, Jociane lembra de ter comido comida estragada. “Recebi uma marmita que estava fora do gelo por muitas horas, mas a fome era tanta que tive que comer”, relembra.

Solidariedade em Tempos de Adversidade: Relatos de Sobrevivência e Acolhimento nas Enchentes do Rio Grande do Sul

Os dados mais recentes das enchentes mostram 327.105 pessoas desabrigadas e 68.519 em abrigos. Os locais de acolhimento são diversos, alguns com apoio governamental, outros sem, e muitos surgiram de maneira improvisada. A maioria administrada por grupos voluntários. Em Porto Alegre, mais de 60 abrigos identificados, situados em lugares como escolas, centros comunitários, empresas e igrejas. Em meio a essa demanda por abrigo, toda ajuda é valiosa.

No entanto, existem critérios para ser voluntário. Com o passar dos dias e o aumento do número de pessoas buscando apoio, a cidade viu uma melhora na organização e nos requisitos dos estabelecimentos. Alguns adotaram escalas de trabalho, controle de acesso e identificação das áreas. Essas medidas se tornaram necessárias após incidentes de segurança.

A Escola Santos Dummont, localizada na Assunção, zona sul da capital, agora abriga mais de 90 pessoas, incluindo 30 crianças. O local oferece serviços como cabeleireiro, recreação infantil, cuidados para animais de estimação, atendimento médico e apoio psicológico, com uma abordagem humanizada. Os voluntários Diego Crivelaro de Almeida e Vitor Peres Zanon Schmitt são exemplos de como relações humanizadas podem fazer a diferença para aqueles que enfrentam momentos como esse.

“Quero lembrar aos voluntários que estamos aqui para humanizar as interações nos abrigos e torná-los lugares de convivência saudável. Devemos acolher as pessoas, o que nos ajuda a transformar essa tragédia em algo positivo para todos”, afirma Crivelaro.

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