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Interdições e medidas emergenciais

Por volta das 15h30 de terça-feira (29), a prefeitura do Rio interditou os dois sentidos da Avenida Delfim Moreira na altura do Posto 11. O desvio no sentido Copacabana foi feito pela Avenida Bartolomeu Mitre, enquanto no sentido Leblon, os motoristas foram redirecionados pela Rua Henrique Dumont. A Ciclovia Tim Maia, entre o Leblon e São Conrado, também foi fechada preventivamente.

Funcionários da Comlurb atuaram intensamente na limpeza da via, tentando remover a areia trazida pelo mar. No entanto, moradores relataram que o trabalho parecia em vão, já que a água continuava a invadir a pista com violência.

 

Impacto na infraestrutura e comércio local

Os quiosques da orla foram parcialmente alagados, e muitos comerciantes decidiram não abrir seus estabelecimentos diante do alerta de ressaca. Um dos mais afetados foi o quiosque “Pato com Laranja”, que permaneceu fechado para evitar prejuízos maiores.

Além disso, estações de exercícios físicos fixadas no calçadão foram deslocadas, e montes de areia se acumularam no meio da via. A força da água chegou a lançar um carro contra o portão de um prédio, evidenciando o poder destrutivo do fenômeno.

Recomendações de segurança e alerta contínuo

A Marinha emitiu um aviso de ressaca válido até as 21h de quinta-feira (31), recomendando que a população evite o banho de mar, a prática de esportes aquáticos e a permanência em mirantes ou locais próximos à orla. Pescadores foram orientados a não navegar durante o período, e ciclistas devem evitar pedalar na ciclovia se as ondas estiverem alcançando a pista.

Em caso de emergência, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado pelo telefone 193. A Defesa Civil segue monitorando a situação e reforça que a população deve seguir rigorosamente as orientações das autoridades.

Reflexões sobre mudanças climáticas e urbanismo costeiro

O biólogo Mario Moscatelli comentou que eventos como esse são cada vez mais frequentes e intensos, resultado direto das mudanças climáticas globais e da falta de preparo das cidades litorâneas para enfrentar tais fenômenos. Segundo ele, desde os anos 80 especialistas já alertavam para os riscos, mas pouco foi feito em termos de planejamento urbano e preservação ambiental.

A ressaca no Leblon serve como um lembrete urgente da necessidade de políticas públicas voltadas à resiliência costeira, à infraestrutura sustentável e à educação ambiental. O mar está cobrando a conta, e quem vive próximo à orla precisa estar preparado para o que está por vir.

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