Feito com carinho
Lula ch0ra e faz duro desabafo durante evento oficial em Brasília. “Trump quer me mat…Ver mais
Ao lembrar dos tempos em que trabalhava como metalúrgico e não tinha dinheiro para almoçar, Lula contou que sentia vergonha de admitir que estava com fome. “Cada vez que os companheiros colocavam um sanduíche de mortadela na boca, eu imaginava que era eu comendo aquele sanduíche. Ficava lá, com vergonha, e voltava a trabalhar”, relatou, com lágrimas nos olhos.
Brasil fora do Mapa da Fome: uma conquista coletiva
A reunião também celebrou a saída do Brasil do Mapa da Fome, conforme anunciado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O país voltou a ficar abaixo do patamar de 2,5% da população em situação de subnutrição, resultado de políticas como o Bolsa Família, a valorização do salário mínimo e o fortalecimento da agricultura familiar.
O ministro Wellington Dias, titular da pasta de Desenvolvimento e Assistência Social, destacou que cerca de 80 programas estão integrados ao Plano Brasil Sem Fome, e que o objetivo é alcançar cada brasileiro que ainda vive em insegurança alimentar. “Não descansaremos enquanto houver uma única pessoa passando fome neste país”, declarou.
A fome como causa política e moral
Lula reforçou que o enfrentamento da fome deve ser uma causa política e moral. “Cuidar do pobre de verdade, você não cuida com a consciência da cabeça, é com o coração. Você precisa ter sentido aquilo, vivido aquilo, ou conhecido alguém que viveu”, disse. Para ele, a fome não dói como uma ferida visível — ela corrói por dentro, silenciosamente, e muitas vezes é escondida por vergonha.
A presidenta do Consea, Elisabetta Recine, também ressaltou que a conquista da saída do Mapa da Fome é fruto do esforço coletivo de representantes da sociedade civil, agricultores, movimentos sociais e gestores públicos. “Todos fizemos isso. Um compromisso profundo que vai muito além de qualquer governo”, afirmou.
Um chamado à ação permanente
Apesar dos avanços, Lula alertou que a fome pode voltar se não houver continuidade nas políticas públicas. “Se a gente deixar o governo e uma coisa qualquer assumir, a fome volta outra vez. Não é prioridade. Não deveria ser um compromisso de governo, deveria ser uma obrigatoriedade constitucional”, declarou, reafirmando seu compromisso com os mais vulneráveis.
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