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Investigação aponta ex-padrasto como principal suspeito

As investigações conduzidas pelo 4º Distrito Policial de Mogi das Cruzes rapidamente identificaram Carlos Ovídio Batista, de 60 anos, como principal suspeito do crime. Batista havia mantido um relacionamento de cinco anos com a mãe de Fernanda e, posteriormente, se envolveu com a irmã da vítima, de 23 anos, que está grávida dele e possui uma medida protetiva contra o homem.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Estevão Castro, testemunhas indicaram que Batista esteve na casa no dia e horário do crime. Ele teria conhecimento de que Fernanda estaria sozinha no imóvel, o que reforça os indícios de premeditação. O suspeito foi preso temporariamente após comparecer à delegacia para prestar depoimento, momento em que a Justiça autorizou sua detenção.

Além de Batista, o ex-namorado de Fernanda, identificado como Ariel, também foi preso. Ele é investigado por suposta participação em fraudes envolvendo o uso indevido do celular da vítima. A polícia agora busca esclarecer se há conexão entre os dois suspeitos e o crime, enquanto realiza perícias e coleta de dados de GPS e mensagens para fortalecer o inquérito.

Quem era Fernanda Tiemi: sonhos interrompidos pela violência

Fernanda Tiemi era descrita por familiares como uma jovem alegre, vaidosa e sonhadora. Ela gostava de se arrumar, fazer amizades e compartilhar momentos nas redes sociais. Seu maior desejo era se tornar corretora de imóveis e construir uma vida melhor para si e para a filha.

A adolescente havia se tornado mãe muito jovem, aos 15 anos, e enfrentava os desafios da maternidade com coragem. Segundo relatos da mãe, Fernanda chegou a dizer: “Se acontecer alguma coisa comigo, cuida da minha filha” — uma frase que hoje ecoa com dor e tristeza entre os familiares.

Repercussão e comoção pública

O caso gerou comoção em Mogi das Cruzes e em todo o país. A brutalidade do crime, somada ao contexto familiar conturbado, levantou debates sobre violência doméstica, feminicídio e a necessidade de políticas públicas mais eficazes para proteger adolescentes e mulheres em situação de risco.

A família, profundamente abalada, decidiu incinerar as roupas e a cama onde Fernanda foi assassinada, em um gesto simbólico de tentativa de superação do trauma. A comunidade local também se mobilizou em homenagens e manifestações pedindo justiça.

Um alerta urgente sobre violência contra mulheres

A morte de Fernanda Tiemi dos Santos Ferreira não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. Ela representa o grito de milhares de jovens que vivem sob ameaça, muitas vezes dentro de suas próprias casas. O caso reforça a urgência de fortalecer redes de apoio, ampliar o acesso a medidas protetivas e garantir que denúncias sejam levadas a sério pelas autoridades.

Enquanto a investigação segue em curso, a memória de Fernanda permanece como símbolo de uma luta que precisa ser travada todos os dias: a luta pela vida, pela segurança e pela dignidade de todas as mulheres.

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