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Metanol: polícia prende principal fornecedor de bebidas falsas, ele fazia a cerv…Ver mais
O perigo invisível: metanol em bebidas alcoólicas
O principal agente tóxico identificado nas bebidas adulteradas foi o metanol, uma substância química usada industrialmente em solventes e produtos de limpeza.
Diferente do etanol — o álcool comum presente em bebidas — o metanol é altamente tóxico para o organismo humano.
Quando ingerido, ele é metabolizado em formaldeído, causando danos severos ao sistema nervoso, fígado, rins e podendo levar à cegueira, coma e morte.
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 195 notificações de intoxicação por metanol foram registradas em 2025, com a maioria dos casos concentrados em São Paulo. Desses, ao menos duas mortes foram confirmadas como resultado direto da ingestão de bebidas contaminadas.
Produção clandestina e comércio paralelo: o esquema por trás das garrafas
A investigação revelou que muitas das bebidas adulteradas eram produzidas em fábricas clandestinas, sem qualquer controle sanitário. Durante o processo de destilação, o metanol — normalmente descartado nas etapas iniciais — era mantido na composição final para reduzir custos.
Além disso, garrafas recicladas eram reutilizadas sem higienização adequada, facilitando a contaminação.
Essas bebidas eram distribuídas em festas privadas, bares de periferia e comércios informais, onde o controle de qualidade é praticamente inexistente. A sofisticação do esquema envolvia até mesmo a falsificação de rótulos e lacres, dificultando a identificação por parte dos consumidores.
Impactos na saúde pública e na economia
Além dos riscos à saúde, o mercado ilegal de bebidas alcoólicas representa um prejuízo bilionário para o setor. Estima-se que mais de 30% das bebidas vendidas no Brasil sejam falsificadas, com perdas que ultrapassam R$ 85 bilhões por ano. A adulteração afeta principalmente vinhos, vodcas, gins e uísques — bebidas populares em eventos sociais e festas.
A crise também reacendeu o debate sobre a fiscalização e a legislação vigente. A Câmara dos Deputados discute a classificação da falsificação de bebidas como crime hediondo, diante da gravidade dos casos e da reincidência das organizações criminosas envolvidas.
Como se proteger: dicas para evitar o consumo de bebidas adulteradas
Identificar uma bebida falsificada não é tarefa simples. O aspecto visual, aroma e sabor podem ser mascarados por aditivos. Por isso, especialistas recomendam:
- Comprar bebidas apenas de estabelecimentos confiáveis e licenciados.
- Verificar o lacre, rótulo e data de validade.
- Evitar o consumo de bebidas servidas em festas sem procedência clara.
- Em caso de sintomas após o consumo, procurar atendimento médico imediatamente.
O governo brasileiro anunciou a aquisição de antídotos como fomepizol e etanol farmacêutico para tratar intoxicações por metanol, além de reforçar a fiscalização em bares, distribuidoras e eventos.
Conclusão: um alerta que não pode ser ignorado
A operação policial e os dados alarmantes sobre intoxicações por metanol revelam uma crise silenciosa que ameaça a saúde pública no Brasil.
O consumo consciente, aliado à fiscalização rigorosa, é essencial para combater esse tipo de crime. A população deve estar atenta e denunciar qualquer suspeita de adulteração, contribuindo para um mercado mais seguro e transparente.
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