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Mpox: conheça sintomas e tire principais dúvidas sobre a doença de emergência global
Existe tratamento para mpox?
Os sintomas da doença, muitas vezes, desaparecem por conta própria, sem a necessidade de tratamento.
Sobretudo, é importante cuidar da pele que apresenta erupções, deixando-as secar ou, se possível, cobrindo-as com um curativo úmido para proteger a área.
Evite tocar em qualquer ferida na boca ou nos olhos. Pode-se utilizar enxaguantes bucais e colírios, desde que se evitem produtos com cortisona.
O profissional de saúde pode recomendar o uso de imunoglobulina vaccinia (VIG) para casos graves. O tecovirimat, comercializado como TPOXX, trata a varíola humana e também está aprovado para o tratamento da mpox.
Tem vacina contra a mpox?
Anos de estudo levaram ao desenvolvimento de doses atualizadas e mais seguras para a varíola humana. Três delas (MVA-BN, LC16 e OrthopoxVac) também foram aprovadas para a prevenção da mpox. De acordo com a OMS, apenas pessoas que estão em risco (como alguém que teve contato próximo com um paciente) ou que integram algum grupo de alto risco para exposição ao vírus devem ser consideradas para a vacinação.
Para a maioria das pessoas em risco, as vacinas disponíveis oferecem proteção contra a infecção e quadros graves. Depois de receber a dose, continue tomando os devidos cuidados para evitar contrair e espalhar o vírus, já que a imunidade se instala somente algumas semanas após a vacinação.
A OMS alerta que, desde a erradicação da varíola humana em 1980, a maioria das doses contra a doença e que também combatem a mpox não está amplamente disponível, e não se sabe quando haverá estoque para o público prioritário.
Em alguns países, as vacinas podem estar disponíveis em quantidades limitadas e para uso conforme orientações nacionais.
O Ministério da Saúde do Brasil informou que negocia a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a mpox.
Alguns estudos demostraram que pessoas vacinadas contra a varíola humana no passado podem ter alguma proteção contra a mpox. Elas podem precisar, entretanto, de uma dose de reforço.
Crianças e adolescentes podem contrair a doença?
Crianças podem pegar mpox se tiverem contato com alguém que apresente sintomas. Elas podem ser expostas ao vírus em casa, por pais, cuidadores ou outros membros da família, através de contato próximo.
Crianças geralmente são mais propensas a apresentar sintomas graves que adolescentes e adultos.
O vírus pode ser transmitido ao feto ou a um recém-nascido durante o nascimento ou por contato físico precoce.
A erupção cutânea, num primeiro momento, pode se assemelhar a outras doenças infantis comuns, como varicela ou catapora, e outras infecções virais. Se uma criança ou adolescente de quem você cuida apresentar sintomas que possam sugerir mpox, procure orientação de um profissional de saúde.
Por correrem maior risco que adultos, monitorem de perto as crianças diagnosticadas com mpox até que se recuperem, caso necessitem de cuidados adicionais. Pediatras podem aconselhar que cuidem da criança em uma unidade de saúde.
Nessa situação, um dos pais ou um responsável saudável e com baixo risco para mpox deve acompanhar a criança.
Já tive a doença no passado. Posso ter a infecção novamente?
Atualmente, compreendemos pouco sobre a duração da imunidade após uma infecção por mpox. Portanto, não se sabe se uma infecção anterior confere imunidade contra infecções futuras e, em caso afirmativo, por quanto tempo.
Já há casos de segundas infecções pelo vírus relatados. Mesmo que você já tenha tido mpox no passado, deve fazer tudo o que for possível para evitar ser infectado novamente.
Se você já teve mpox e alguém da sua família foi diagnosticado agora, assuma o papel de cuidador designado para proteger outras pessoas, pois é mais provável que você tenha alguma imunidade em relação aos demais que nunca foram infectados.
No entanto, você ainda deve tomar todas as precauções para evitar ser reinfectado.
Em quais partes do mundo, existe risco de ter a doença?
Os casos de mpox na República Democrática do Congo (RDC) estão em ascensão há mais de dois anos. Autoridades sanitárias do país declararam epidemia da doença em dezembro de 2022.
Em 2023, o número de infecções triplicou, chegando a 14,6 mil notificações e 654 mortes. Em 2024, a situação piorou – entre janeiro e meados de julho, relataram mais de 12,3 mil casos suspeitos e 23 províncias foram afetadas.
No fim de junho, a OMS alertou para uma variante mais perigosa da mpox. A taxa de letalidade pela nova variante 1b na África Central chega a ser de mais de 10% entre crianças pequenas, enquanto a variante 2b, que causou a epidemia global de mpox em 2022, registrou taxa de letalidade de menos de 1%.
Mpox é uma infecção sexualmente transmissível?
Portanto, a doença pode se propagar de uma pessoa para outra através de contato físico próximo, incluindo a relação sexual.
As erupções cutâneas se manifestam, inclusive, em órgãos genitais e na boca, o que contribui para a transmissão da mpox pelo ato sexual.
No entanto, O contato boca com pele também pode levar à infecção, se houver lesões cutâneas ou bucais. Além disso, as erupções cutâneas causadas pelo vírus podem se assemelhar a algumas infecções sexualmente transmissíveis, como herpes e sífilis.
Como o vírus se transmite de pessoa para pessoa, gays, bissexuais e HSH correm maior risco de exposição se tiverem relações sexuais ou outro contato próximo com alguém infectado.
Quem tem maior risco de casos graves da doença?
Evidências sugerem que pessoas imunossuprimidas correm maior risco de desenvolver mpox grave ou morrer. Os sintomas do quadro grave da infecção incluem lesões maiores e mais disseminadas (especialmente na boca, nos olhos e em órgãos genitais), infecções bacterianas secundárias de pele ou infecções sanguíneas e pulmonares.
Sobretudo, os dados mostram sintomas mais sérios em pessoas gravemente imunossuprimidas.
Pessoas com HIV em estágio avançado (com apresentação tardia de sintomas, contagem baixa de CD4 e carga viral elevada) têm risco aumentado de morte se desenvolverem quadros graves de mpox.
Pessoas com HIV não tratado podem estar imunocomprometidas e, portanto, podem correr maior risco de ter quadro grave. Assim, a orientação da OMS é que os países integrem a prevenção e os cuidados relacionados ao HIV à mpox.
A OMS aconselha pessoas sexualmente ativas e que não conhecem sua condição sorológica a fazer o teste para HIV.
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