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Pastor diz que nascimento de crianças autistas seria o ‘diabo visitando ventre’ de mães; vídeo

Assembleia de Deus em Tucuruí publicou nota de repúdio à 'infeliz declaração' de Washington Almeida, afirmando que 'não comunga com pronúncias malfadadas'

Recentemente, o pastor Washington Almeida, da Assembleia de Deus em Tucuruí, no Pará, gerou grande controvérsia ao fazer declarações polêmicas sobre o autismo durante uma pregação.

VÍDEO: pastor diz que autismo é 'visita do diabo' no ventre de grávidas e gera revolta nas redes sociais | Brasil | cbn

Pastor da Assembleia de Deus, diz que nascimento de crianças autistas seria o ‘diabo visitando ventre’ de mães

Suas palavras, que associavam o Transtorno do Espectro Autista (TEA) a uma suposta “visita do diabo” ao ventre das mães, foram amplamente criticadas e repercutiram negativamente nas redes sociais e na comunidade local.

Durante um culto, o pastor Almeida afirmou que “em cada 100 crianças que nascem, nós temos um percentual gigantesco de pessoas e ventres manipulados, visitados pela escuridão, que distorce [o bebê] ainda no ventre”.

Ele continuou, dizendo que “as crianças hoje, de cada 100, nós temos aí quase que 30% de autistas em vários graus. O que está acontecendo, pastor Washington? O diabo está visitando o ventre das desprotegidas, daqueles que não têm a graça, a habilidade, a instrumentalidade para saber lidar no mundo espiritual, e ele [diabo] só procura os vulneráveis, os desassistidos”.

As declarações do pastor geraram uma onda de indignação, especialmente entre pais de crianças autistas e defensores dos direitos das pessoas com deficiência.

Portanto, a repercussão negativa levou a igreja a publicar um vídeo em que o pastor Almeida se desculpava pelas suas palavras.

No entanto, ele explicou que a declaração foi feita “no calor do momento” e que acabou “dizendo algo impróprio”, classificando suas palavras como uma “infeliz colocação”.

“Eu quero me retratar com os autistas, com pais de crianças autistas. Durante a minha preleção, fui muito infeliz quando fiz uma colocação, e esse não é o meu caráter, o meu perfil. Jamais no meu coração passa coisa dessa natureza. […] Me perdoem, esse não é o meu perfil. Eu tenho um coração diferente. […] Eu não sou aquela pessoa que muitos estão achando que eu sou. Infelizmente, coloquei uma palavra que não devia colocar e terminei criando essa situação desagradável”, afirmou Almeida.

Posicionamento da Igreja

Todavia, na tarde seguinte, a Assembleia de Deus em Tucuruí emitiu uma nota oficial nas redes sociais manifestando “repúdio à infeliz declaração” do pastor.

A instituição afirmou que não concorda com essas declarações e reafirmou seu compromisso com a inclusão social e o respeito aos direitos de todos. Contudo, a igreja enfatizou que as afirmações do pastor estão contra a doutrina da Assembleia de Deus.

“A instituição há 90 anos tem assumido a missão de cuidar do bem-estar social, zelando pela comunhão com a sociedade, promovendo inclusão social de todos os indivíduos, promovendo o respeito, a igualdade e direitos à expressão de pensamento; publicamos esta nota como forma de manifestar que as afirmações do supracitado estão contra nossa doutrina e ideário que norteiam a Assembleia de Deus em Tucuruí”, afirmou a igreja.

Entretanto, o caso do pastor Washington Almeida ressalta a necessidade de comunicação cuidadosa e respeitosa em temas sensíveis como a inclusão de pessoas com deficiência.

A rápida resposta da igreja e o pedido de desculpas do pastor mostram um esforço para corrigir o erro e reafirmar valores de respeito e inclusão.

No entanto, o incidente serve como um lembrete da necessidade contínua de conscientização e educação sobre o autismo e os direitos das pessoas com deficiência.

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