Feito com carinho
Mulher Trans é Morta Após Ficar em Cativeiro; Corpo Foi Colocado Dentro de Saco e Arrastado… Ver Mais
Corpo de auxiliar de salão de beleza de 26 anos foi achado em terreno baldio. Dois suspeitos pelo crime estão presos e o caso segue em investigação.
A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte da mulher trans, Jhenifer Luiza, de 26 anos, encontrada envolta em um colchão em um terreno baldio em Guaíra (SP).
Quem era a mulher trans que foi levada morta dentro de saco pela rua por suspeito em Guaíra
De acordo com o delegado responsável pela investigação do caso, Rafael Faria Domingos, a suspeita é de que Jhenifer tenha sido asfixiada até a morte.
A polícia prendeu temporariamente dois homens após o crime, suspeitos de envolvimento na morte da transexual. Eles foram encaminhados para a Cadeia de Colina (SP), onde permanecem presos.
Amada por todos
Jhenifer, mulher trans, uma nativa de Guaíra, trabalhava como assistente em um salão de beleza gerenciado por sua prima e irmã adotiva, Thaís Gândara. De acordo com a cabeleireira, Jhenifer era uma figura conhecida e amada em toda a cidade.
“Ela era uma personalidade familiar para todos na cidade, participava de competições, estava sempre envolvida em atividades sociais, era muito amada. Ela não tinha malícia, era querida por todos”, ela compartilha.
Desde que concluiu sua transição de gênero há três anos, Jhenifer começou a participar de concursos de beleza locais e regionais. Em 2023, ela foi coroada ‘Musa Trans Verão’ em uma competição na cidade.
Nas redes sociais, a Prefeitura de Guaíra publicou uma nota oficial lamentando a morte de Jhenifer. A nota expressa solidariedade à família e amigos da vítima e condena o crime de transfobia.
Na tarde de segunda-feira (18), ocorreu o funeral de Jhenifer em uma cerimônia sem velório, devido ao tempo que levou para encontrar o corpo após sua morte.
Transição de gênero
Thaís afirma que, apesar das dificuldades enfrentadas ao longo da vida, a cidade e os familiares acolheram bem Jhenifer durante o processo de transição de gênero.
Apaixonada por desfiles e por rodeios, a auxiliar de salão de beleza gostava de estar junto da família e dos amigos. Ser independente também era algo que almejou, motivo que a fez ir morar sozinha.
“Ela sempre foi bem acolhida na cidade, o processo de transição foi aos poucos. Ela já não se via mais no corpo de homem, a família aceitou e foi indo. Mudou o cabelo, as roupas e já tinha mudado todos os documentos. A Jhenifer não tinha envolvimento com nada, não fazia programa e não usava drogas”, afirma Thaís.
Desaparecimento
A família percebeu o desaparecimento de Jhenifer na sexta-feira (15) e registrou um boletim de ocorrência na delegacia da cidade.
Thaís aponta que a última vez que a família teve contato com a jovem foi na noite de quinta-feira (14), quando ela esteve na casa do pai para o jantar.
“Ela foi embora da casa do pai com uma marmita e um refrigerante na quinta-feira. No outro dia eu já fiquei desesperada, porque para desaparecimento é tudo depois de 72 horas, mas eu sabia que ela não saía assim e ficava sem responder a gente, a gente não se desgrudava”, diz.
Nas redes sociais, familiares e amigos se mobilizaram em uma campanha em busca de informações sobre o paradeiro dela. A família recuperou imagens de câmeras de segurança de lugares onde a vítima aparecia passando de bicicleta por trechos da cidade após a divulgação.
Nas imagens, Jhenifer aparece de calça jeans e blusa verde, mesma roupa que usava quando foi encontrada morta.
Localizaram a bicicleta da mulher trans
Na manhã de domingo (17), a família da jovem encontrou a bicicleta que Jhenifer usava na madrugada de sexta-feira na casa de um suspeito pelo crime, até então desconhecido.
“Eu fui seguindo as imagens, pedindo as câmeras, usei as minhas redes sociais e encontrei a bicicleta dela na casa do suspeito. Ele negou tudo, falava que não conhecia ela. A casa dele estava com um mal cheiro enorme, porque o corpo dela ficou lá de quinta-feira até sábado”, explica Thaís.
Entretanto, Thaís encontrou a bicicleta na casa do suspeito e acionou a polícia. No entanto, diante da negativa do homem, ela afirma que nada pôde ser feito e a família retornou para casa sem informações sobre o paradeiro da jovem.
Encontraram o corpo de uma mulher trans em um terreno
Portanto, na manhã de segunda-feira (18), um morador que passava pela rua encontrou o corpo de Jhenifer, mulher trans. Em um terreno baldio no bairro Eldorado, ele avistou algo que parecia ser cabelo em meio a um colchão descartado.
Entretanto, o corpo da jovem estava envolto no colchão, que se encontrava dentro de uma embalagem normalmente utilizada para armazenamento de grãos.
Familiares reconheceram a vítima ainda no local. Contudo, peritos examinaram o terreno e encaminharam o corpo ao Instituto Médico Legal (IML). A investigação está em andamento para determinar as causas da morte.
O delegado está aguardando o resultado do laudo necroscópico. Por enquanto, ele não pode confirmar se o corpo tinha marcas de agressão.
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Suspeito arrastou corpo pela rua
Todavia, câmeras de segurança registraram o momento em que um dos suspeitos de matar a jovem abandonou um colchão com o corpo da transexual no terreno.
Nas imagens divulgadas pela polícia, é possível ver o momento em que o homem, usando uma camisa vermelha, apareceu arrastando o colchão dentro de uma embalagem plástica com a ajuda de um carrinho de puxar. No entanto, o flagrante aconteceu por volta das 17h de sábado (16).
Ainda nos vídeos, o suspeito pareceu ter dificuldade em transportar o corpo da vítima para dentro do terreno. Pelas imagens, uma mulher parece perceber a ação do homem, mas não é possível saber o que a mulher viu ou o que perguntou ao suspeito.
Portanto, depois de abandonar o corpo, ele caminhou com tranquilidade ao lado da mulher enquanto olhava em direção ao terreno, já com o carrinho vazio.
Suspeitos de matar mulher trans presos
Portanto, na tarde de segunda-feira, a polícia localizou o corpo da mulher trans. Com a ajuda das câmeras de segurança, identificaram e prenderam o suspeito que estava de blusa vermelha dentro de sua casa.
O delegado informou que o homem, de 22 anos e natural de Pernambuco, era um foragido no estado. Ele estava em regime semiaberto e não se apresentou de volta ao presídio, onde cumpria pena de 17 anos por roubo.
Portanto, ele confessou à polícia sua participação na ocultação do cadáver da vítima, mas negou o homicídio. Ele apontou um segundo envolvido, que a polícia também localizou.
Contudo, a polícia prendeu o suspeito de 24 anos, que confessou que um homem de 22 anos enforcou a vítima. Domingos informou que o suspeito também era um fugitivo da Justiça, procurado por tráfico de drogas em Itanhaém, no litoral de São Paulo.
Emboscada
Todavia, para a irmã de criação de Jhenifer, a jovem foi vítima de uma emboscada, já que, segundo a família, os criminosos roubaram o celular da vítima.
“A gente acredita que tenha sido um encontro marcado. A Jhenifer tinha condições, roubaram o celular e fizeram compras no cartão dela. A gente acredita que foi um encontro marcado com um homem e chegando lá, ela se deparou com uma emboscada”, diz.
Contudo, o delegado informou que ainda não encontraram o celular da vítima. Além disso, Domingos afirmou que não há informações sobre as compras.
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