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Namorada de adolescente que mat0u família acompanhou crime por vídeo e confessa que ajud…Ver mais
Durante os dias seguintes, o jovem mentiu para familiares, alegando que os pais haviam levado o irmão ao hospital após um acidente doméstico. A farsa começou a ruir quando a avó paterna, preocupada com a falta de contato, procurou a delegacia no dia 24 de junho. A partir daí, a polícia iniciou buscas e, ao visitar a residência, encontrou os corpos em estado de decomposição.
Namorada acompanhava o crime por chamada de vídeo
Um dos aspectos mais perturbadores do caso foi a revelação de que a namorada do adolescente, uma jovem de 15 anos residente em Água Boa, Mato Grosso, estava em uma chamada de vídeo com ele durante toda a execução dos assassinatos. A adolescente prestou depoimento à polícia, acompanhada da mãe, e confirmou que manteve contato com o rapaz em tempo real enquanto os disparos eram efetuados.
Segundo os investigadores, a frieza com que a garota relatou os acontecimentos chocou os agentes. A polícia agora apura se ela teve participação ativa no crime, seja por incentivo direto, chantagem emocional ou omissão. Caso fique comprovado seu envolvimento, ela poderá responder por atos infracionais análogos a homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Relacionamento virtual e motivações obscuras
O casal se conheceu em 2019, por meio de um jogo online, quando ambos tinham entre 8 e 9 anos. Desde então, mantinham um relacionamento virtual que se intensificou nos últimos meses. A motivação do crime, segundo o próprio adolescente, seria o desejo de viajar até o Mato Grosso para encontrar a namorada. Para isso, ele planejava utilizar os recursos financeiros da família, incluindo o saldo do FGTS do pai, estimado em R$ 33 mil.
Mensagens trocadas entre os dois indicam que a jovem teria pressionado o namorado a “provar que era homem” e ameaçado terminar o relacionamento caso ele não fosse ao seu encontro. A polícia também investiga conversas em que o casal cogitava métodos para ocultar os corpos, incluindo a possibilidade de alimentar os restos mortais aos porcos, numa tentativa de dificultar a identificação.
Repercussão e medidas legais
O adolescente foi apreendido e encaminhado a uma unidade socioeducativa no Norte Fluminense. A jovem também foi detida dias depois, em seu estado de origem. Ambos devem responder por atos infracionais equivalentes a homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
O caso gerou comoção nacional e reacendeu debates sobre o impacto das relações virtuais na juventude, o acesso a armas de fogo em ambientes domésticos e a responsabilidade penal de menores em crimes de extrema violência.
O caso de Itaperuna é um retrato sombrio de como a combinação de vulnerabilidade emocional, influência digital e negligência pode culminar em tragédias irreparáveis. As investigações seguem em sigilo, mas a sociedade já se vê diante de um alerta urgente: é preciso olhar com mais atenção para os vínculos que os jovens constroem no ambiente virtual — e para os sinais silenciosos que podem anteceder o horror.
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